É falso que OMS aprovou vacina chinesa de US$ 10 mil contra a Covid-19

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Circula nas redes sociais um post com trechos de discursos que, supostamente, teriam sido feitos pelo diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Segundo a informação que circula, a OMS teria encontrado uma vacina, de origem chinesa, que é eficaz contra a Covid-19 e deveria ser comprada por todos os países. O post ainda sugere que a OMS, além de prestar apoio ao produto chinês, foi contra uma vacina produzida pelos Estados Unidos e pediu que o Brasil suspendesse o uso da cloroquina, ambos devido a falsa de evidências científicas que comprovassem a eficácia.

“Finalmente achamos uma vacina que funciona! Parabéns à CHINA pelo exemplo de combate ao COVID-19! Todos devem comprar a Vacina Chinesa AGORA” – Texto atribuído à OMS em imagem publicada no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. Segundo o relatório da OMS, publicado no dia 14 de julho, ainda não existe nenhuma vacina que seja comprovadamente eficaz contra a Covid-19. Já existem 23 vacinas em fase de ensaios clínicos, já sendo testadas em humanos e outras 140 estão em estudos pré-clínicos. Dessa forma, é falso que a OMS tenha feito qualquer declaração sobre a eficácia de uma vacina chinesa.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, no início de julho, estudos que estão sendo feitos pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, que desenvolveu uma vacina contra o novo coronavírus. Segundo o governador de São Paulo, Joao Doria, cerca de 9 mil pessoas participaram do teste.  Além disso, também estão sendo realizados desde junho, testes em parceria com a Universidade de Oxford, do Reino Unido.

A OMS também não descartou nenhuma vacina americana, diferentemente do que diz o boato que  circula no Facebook. Inclusive, três das vacinas que estão atualmente em fase de testes clínicos são produzidas por diferentes empresas e instituições dos Estados Unidos.

Além disso, a OMS não suspendeu o uso da cloroquina no Brasil, e nem em outras partes do mundo, apesar de ainda não existirem comprovações cientificas que atestem a eficácia do medicamento. A Organização Mundial da Saúde interrompeu o uso do medicamento em dois estudos, após o remédio se o remédio não ser capaz de reduzir a taxa de letalidade da doença, em comparação com procedimentos comuns, porém, o medicamento ainda é utilizado para tratar pacientes que tenham contraído a Covid-19, como no caso do Brasil, por exemplo.