Nesta sexta-feira (15), a atriz Thaila Ayala usou suas redes sociais para se posicionar contra a escala de trabalho 6×1. No Instagram, a artista contou ao público que viu de perto o quanto sua mãe precisava se dedicar por ser uma empregada doméstica e afirmou que não teve uma boa experiência na infância.
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No post, Thaila compartilhou seu relato de como foi ser criada por uma pessoa que trabalhava nesta escala intensa de trabalho: “Pra quem não sabe minha mãe foi empregada doméstica a vida toda. No final já da vida porque hoje ela é aposentada. Ela foi cozinheira de um hospital. Enfim, quando ela trabalhava na casa dessa família que era muito rica, eles tinham uma fazenda e nos finais de semana, feriados prolongados, natal e festa junina, ia pra fazenda e minha mãe me levava porque não tinha com quem deixar”, começou ela.
“E eu amava e esses dias eu falei pra ela: ‘Nossa que saudade daquela fazenda, meu Deus do céu! Era tudo tão lindo, eu fecho o olho e lembro de cada detalhe. Você não sente falta, não era lindo?’. E minha mãe apática, me olhou quase indignada e eu falei: ‘O que foi? Você não sente falta?’. E ela falou: ‘Minha filha, eu não gosto nem de lembrar que aquela fazenda existia. Eu trabalhava tanto que meu corpo achava que não ia aguentar, que minhas pernas não ia aguentar, que minha coluna não ia aguentar, que eu ia desfalecer’. Era quando ela saia da escala seis por um e fazia sete por sete [não tinha folga]. Sem horário para acabar. Começava seis da manhã para preparar o café e ia até a última pessoa dormir da casa. Servia o jantar, depois do jantar tinha que limpar o jantar”, completou.
Thaila explicou que pôde ver nos olhos da sua mãe o quanto aquilo a machucava e detalhou para os internautas um pouco de como foi sua infância tendo que desde cedo se virar sozinha enquanto a mãe trabalhava:
“E eu vi a dor nela. Quem me acompanha, principalmente quem me acompanha no podcast onde eu falo da minha maternidade, onde eu falo muito da maternidade da minha mãe, da minha primeira infância, da minha segunda infância. Essa fase tão importante na criação de ser humano. De 1 ao 7 anos é quando você forma um ser humano. E quem me acompanha sabe o quanto eu falo dos meus buracos e das minhas faltas dessa primeira e dessa segunda infância. Falta do mínimo, do olho no olho, do almoço junto, do amparo, do carinho, da reunião na escola, de levar pra escola, eu ia sozinha desde os 7 anos pra escola. Eu tô falando do básico, do muito básico (…) E não é porque minha mãe não tinha para dar, é porque ela estava na escala 6×1”, declarou.
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Em outro momento, a atriz afirmou ser contra essa escala de trabalho e pediu por um novo modelo: “É porque a minha mãe é mais uma sobrevivente. A grande realidade do nosso país são sobreviventes. Chega da escala 6×1. É desumano É sobre o mínimo de dignidade. Que venha uma outra realidade minimamente digna pra nossas crianças, nosso futuro”, disparou.
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