Circula nas redes sociais um vídeo no qual o jornalista, Alexandre Garcia, compara o número de óbitos dos anos 2019 e 2020. Segundo Garcia, ele fez uma consulta ao Portal de Transparência do Registro Civil para checar o número total de mortes nos dois anos. Ele afirma ter encontrado 4,8 milhões de óbitos registrados no ano passado que, divididos por 365 dias, totalizariam 13.394 óbitos diários. Já em 2020, ele relata que o número seja de 12.550 óbitos por dia, ao dividir 2,3 milhões de falecimentos pelo número de dias do ano até então. O cálculo do jornalista mostraria que a média de óbitos diários em 2020 seria menor que a média de 2019.
Essa informação é falsa. Para o vídeo, que foi publicado no canal de Alexandre Garcia no Youtube, no dia 5 de julho, ao extrair os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, ele não separou apenas os óbitos e acabou usando o número total de registros dos três tipos (nascimentos, casamentos e falecimentos) para seus cálculos. Dessa forma, a média calculada apresentava dados distorcidos.
No dia seguinte, 6 de julho, o jornalista reconheceu que cometeu um erro e fez uma correção dos dados. “Eu queria pedir desculpas para vocês, porque ontem eu usei números errados. Eu peguei números do Registro Civil, os números estavam lá, mas eram outros registros também além dos registros de óbitos”, disse.
Ao refazer os cálculos, Alexandre Garcia afirmou que a média de mortes no ano de 2019 seria de 3.367, contra 3.609 em 2020. Assim, teria ocorrido o aumento de 7,18% no total de óbitos, comparando-se os dois períodos, e não uma queda.
Porém, mesmo que os dados utilizados estejam corretos, não é preciso, estatisticamente, que se faça esse cálculo, comparando dados de um ano completo com apenas parte do ano seguinte. Isso acontece porque alguns fatos dependem da época do ano, já que, alguns meses historicamente apresentam dados de maior mortalidade.
Além disso, a atualização dos números no site que Alexandre Garcia usou não são feitas em tempo real e podem aumentar com o passar do tempo, variando em um prazo de até 15 dias ou mais. Portanto, a informação que circula nas redes sociais é falsa.