Logo dos Correios iluminado em fachada de madeira (Foto: Instagram)
Um acordo entre o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e os Correios adiou o pagamento de R$ 702 milhões em dívidas trabalhistas que venciam em 31/12. A decisão foi tomada antes da conciliação do dissídio coletivo, concluída em 30/12.
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A suspensão da cobrança decorre de pedido integralmente acolhido pelo TST. A estatal atribui esses débitos a causas trabalhistas perdidas ao longo dos anos. Além do adiamento de 90 dias, o valor será parcelado em nove vezes, com quitação prevista até dezembro de 2026.
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Segundo o presidente do TST, Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, havia risco de danos irreparáveis, exigindo medidas urgentes para conter o agravamento da crise financeira. Ele também proibiu que tribunais regionais bloqueiem bens dos Correios de forma proporcional às causas, e estabeleceu que os credores não poderão contestar essa decisão. Os pagamentos seguirão ordem cronológica das sentenças, das mais antigas às mais recentes.
A crise dos Correios resulta de desequilíbrios acumulados, com queda de receitas em segmentos tradicionais, aumento de custos operacionais e perdas logísticas. O crescimento do e-commerce ajudou, mas não bastou para compensar gargalos estruturais, falta de investimentos e a concorrência privada, levando à necessidade de um plano de recuperação sólido.
A estatal propôs um plano de reestruturação em três fases. A primeira prevê recuperar liquidez com empréstimo de R$ 12 bilhões firmado com cinco instituições financeiras. A segunda, entre 2026 e 2027, envolve reorganização e modernização, incluindo PDV de 15 mil funcionários, fechamento de cerca de mil unidades, revisão de cargos táticos e estratégicos e dos planos de saúde e previdência. A terceira fase, ao longo de 2027, foca em inovação, parcerias e novas fontes de receita, consolidando um novo modelo de negócios.
