Circula nas redes sociais um vídeo afirmando que as vacinas que estão sendo criadas para combater a Covid-19 seriam capazes de modificar o código genético das pessoas que estão se submetendo aos testes, transformando-as em “organismos geneticamente modificados”.
Essa informação é falsa. Vacinas sobre plataformas de DNA e RNA, diferentemente do que é mencionado no vídeo, não agem de uma forma que possam alterar o código genético humano. Essa técnica consiste, na verdade em inserir apenas uma parte dos genes de um determinado patógeno (agente causador da doença) em plasmídeos – uma molécula de ácido nucléico presente em bactérias.
Os plasmídeos são injetados no corpo humano e entram nas células, onde passam a reproduzir partes do agente causador da doença. Todo esse processo serve para que o corpo humano possa produzir uma resposta imunológica contra esse agente estranho e, caso entre em contato com o vírus ou bactéria outra vez, já tenha em seu corpo uma “resposta” pronta para reagir a esse agente estranho.
Dessa forma o código genético que é modificado nesse processo é o da molécula de uma bactéria, e não o de um ser humano. A diferença entre essa e as vacinas mais comuns é que na versão tradicional é utilizado o próprio vírus ou bactéria, em uma versão inativada ou atenuada, para estimular a resposta do organismo.
Por ser uma tecnologia recente, ainda não existe nenhuma vacina dessa plataforma que tenha sido aprovada para uso em humanos. Dentre as 168 vacinas contra o coronavírus que estão em fase de testes, até o momento, apenas 37 usam essa técnica, sendo que, apenas uma já está na terceira fase dos testes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa abordagem oferece vantagens quando comparada aos métodos tradicionais. Esse tipo de vacina elimina a necessidade de que se insira um agente infeccioso, como o vírus enfraquecido, no corpo humano e, além disso, é mais fácil de ser produzida em larga escala. Apesar dos benefícios, por ser uma tecnologia nova a imunização desse tipo para outras doenças só foi testada em animais, e não em humanos.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.