Circula nas redes sociais um post afirmando que termômetros infravermelhos, usados para medir a temperatura das pessoas como forma de prevenção contra a Covid-19, causaria danos à glândula pineal. O uso desse tipo de termômetro se tornou ainda mais comum durante a pandemia, principalmente na entrada de estabelecimentos, já que é uma forma de checar a temperatura dos clientes sem que o termômetro precise encostar nas pessoas.
Essa informação é falsa. Não é verdade que a luz emitida por termômetros infravermelhos pode causar danos à glândula pineal. Diferente de substâncias radioativas, a luz emitida pelo termômetro é ultravioleta e incapaz de causar dano cerebral.
Esse boato já circulou em outros países, como México e Chile, além do Brasil, e foi desmentido por especialistas. A professora e pesquisadora em neurociências da Pratique des Hautes Études (EPHE), Mireille Rossel, disse à agência AFP que não existe a possibilidade de o termômetro infravermelho causar algum dano à glândula pineal. “Seria preciso cruzar completamente a caixa craniana para chegar a essa pequena glândula que fica na parte inferior do cérebro”, afirmou.
Para a AP News, o diretor de neurorradiologia da Johns Hopkins University, Dr. Haris Sair, afirmou que os termômetros infravermelhos medem apenas o comprimento de ondas naturais que o corpo emite, dessa forma, não enviando ondas infravermelhas para o corpo. Harris Sair também explica que a testa não está perto da glândula pineal, que está localizada nas profundezas do cérebro.
A glândula pineal, citada na notícia falsa que circula nas redes sociais, é a responsável por produzir por produzir a melatonina, hormônio que regula o ciclo circadiano, mais conhecido como “relógio biológico”, pois regula o sono no corpo.
No Brasil, os Termômetros Infravermelhos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e não possuem nenhuma indicação de que possam causar danos cerebrais.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.