#Confuso: Bolsonaro responde Glenn Greenwald em inglês

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“Do you burn the donuts?’ I don’t care! Be happy! Hugs for you (em português: ‘você queima a rosca?’ Não me importo! Seja feliz! Abraços para você!)”

O tuíte é verdadeiro e repercutiu nas redes sociais na quarta-feira (19). Porém, a mensagem é de junho de 2017 e inserido em outro contexto. Como em junho de 2019 veio à tona o vazamento das mensagens entre Sergio Moro e Deltan Dallagnol, alguns internautas replicaram a informação como se fosse atual, o que deixa #confuso.

Em 2017, o jornalista Glenn Greenwald criticou em seu Twitter uma frase do presidente da Câmara na época, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que chamou Jair Bolsonaro de “competente”, ao falar sobre o crescimento do deputado nas pesquisas eleitorais. Logo depois, o norte-americano respondeu um internauta que o questionou e atacou Bolsonaro, chamando-o de “cretino fascista”.

O tuíte não passou despercebido e em resposta Bolsonaro escreveu em inglês: “‘Do you burn the donuts?’ I don’t care! Be happy! Hugs for you” (em português: “‘você queima a rosca?’ Não me importo! Seja feliz! Abraços para você!”).

No ano em questão, o presidente eleito era deputado federal (PSC-RJ) e este comentário em inglês publicado em seu próprio perfil dividiu opiniões, alguns apoiaram a atitude e outros usuários da rede social apontaram como homofobia. Greenwald ainda compartilhou a crítica de Bolsonaro e escreveu que “o deputado fascista responde minha crítica com uma nobre referência ao sexo anal gay, sempre em sua cabeça”.

Greenwald  estava se notabilizado no Brasil justamente por ter publicado informações secretas dos Estados Unidos relacionadas ao país reveladas pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden. Recentemente, foi o grande revelador da matéria do The Intercept em que expõe conversas polêmicas entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol.

Inclusive, Moro falou na quarta-feira (19) à Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado sobre as reportagens publicadas pelo The Intercept Brasil, enquanto era juiz da Operação Lava Jato. Ele defende que não há ilegalidade no conteúdo das conversas: “Várias pessoas lendo essas mensagens não identificaram ilícitos, ilegalidades ou qualquer desvio ético. Na tradição jurídica brasileira não é incomum que juiz converse com advogado, policial… e no caso do juiz criminal é comum que receba delegados e procuradores e converse sobre diligências que serão requeridas. Isso é absolutamente normal”.

Confira: