Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que o presente dos Estados Unidos, Donald Trump, teria feito declarações recentes sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo o texto que acompanha a imagem, Trump teria chamado Bolsonaro de amigo e dito que, caso haja uma interferência europeia no Brasil, não poupará esforços para ficar ao lado do presidente brasileiro.
Essa informação é falsa. A frase não aparece em nenhuma entrevista, publicações nas redes sociais, ou discursos recentes que tenham sido feitos por Donald Trump. A única declaração verdadeira, que mais se aproxima do que circula nas redes sociais atualmente, é uma publicação que foi feita por Trump no Twitter, em agosto de 2019. Na época, o presidente americano disse que havia conversado com Bolsonaro e reafirmou que os países têm uma “relação mais forte do que nunca”.
Trump ainda disse que os Estados Unidos estariam prontos para auxiliar o Brasil no combate às queimadas na Amazônia. Porém, em nenhum momento, o republicano mencionou alguma possível “interferência do velho continente” no Brasil. A publicação de Trump foi mencionada pelo presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que confirmou a conversa em sua rede social.
A conversa aconteceu após o presidente francês, Emmanuel Macron, ter afirmado que as queimadas na Amazônia eram uma “crise internacional” e convocar os membros do G7 para discutir o tema – o que também aconteceu por meio de uma publicação no Twitter. Na época, Bolsonaro disse que a postura de Macron ilustrava uma “mentalidade colonialista descabida”.
Apesar de ter reafirmado a amizade com o presidente brasileiro, Donald Trump, em outras oportunidades, mostrou que considera negativa a forma com que o Brasil lidou com a pandemia da Covid-19 e ainda ameaçou criar barreiras tarifárias para produtos brasileiros.
Na última terça-feira (29), as recentes queimadas na Amazônia foram discutidas no debate eleitoral dos candidatos à presidência dos EUA. O democrata, Joe Biden, foi o responsável por levantar o assunto. O candidato afirmou que, caso eleito, fará uma coalizão internacional para transferir US$ 20 bilhões ao governo do presidente Jair Bolsonaro para a preservação do bioma. E ainda disse que poderia impor sanções ao Brasil caso o problema não seja sanado. Trump, que tenta se reeleger, não citou sua relação com Bolsonaro na discussão.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.