É falso que estrangeiros podem manipular o software das urnas eleitorais brasileiras

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Circula nas redes sociais um vídeo afirmando que o sistema das urnas eleitorais brasileiras pode ser manipulado por estrangeiros. Segundo o homem que aparece nas imagens, “três venezuelanos e um português” detêm o código capaz de manipular o software.

“Urgente. Sistema eleitoral está violado. Urnas estão com software alterado (…) O software, que é o que está na urna, é manipulável porque você tem a chave da urna. E quem tem a chave da urna para poder manipular o software? Três venezuelanos e um português (…) que não residem no Brasil”, diz o vídeo.

Essa informação é falsa e já circulou na internet no período das eleições de presidenciais de 2018. A origem do vídeo é, na verdade, o depoimento de um professor de Ciência da Computação da Universidade de Brasília (UnB). Em audiência no Congresso Nacional, o homem fez duras críticas à compra de impressoras para as urnas eletrônicas.

Na época em que a audiência foi feita, ainda era permitida a impressão do voto – o que foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro passado de 2019. Diante da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, o professor argumentou que o edital de compra das impressoras era “uma afronta à soberania nacional”. Segundo sua justificativa, “a vencedora da licitação era supostamente uma empresa comandada por ‘três venezuelanos e um português’” e isso, segundo ele, resultaria na entrega dos códigos da urna a essa empresa, gerando votos falsos em eleições futuras. O tribunal precisou desmentir o boato na época e provar que a informação é falsa.

“O TSE realizou, em 2017, uma licitação para aquisição de módulos impressores para as urnas. A empresa inicialmente vencedora, que havia sido fundada por dois venezuelanos e tinha sede nos EUA, foi eliminada da disputa, pois os módulos impressores apresentados não atenderam às exigências do TSE. Além disso, em nenhum momento, a referida empresa teve acesso a quaisquer códigos da urna”, afirma o Tribunal Superior Eleitoral.

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.