Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que a maioria do álcool em gel comercializado no Brasil seja ineficaz contra o coronavírus. Segundo a publicação, a UFPR (Universidade Federal do Paraná) realizou um estudo e concluiu que 80% das marcas de álcool em gel produtos adulterados e não desinfetam as mãos ou superfícies.
Essa informação é falsa. A suposta pesquisa da UFPR mencionada na publicação, na verdade, não existe. De acordo com a instituição, o dado foi obtido pela análise de 28 amostras enviadas pela população ao laboratório de química. Além disso, o valor “80%” não diz respeito apenas a problemas de adulteração e ineficácia do produto.
A universidade divulgou, no dia 30 de outubro, que quase 80% das 28 amostras apresentavam falhas, como, por exemplo, o baixo percentual de álcool etílico. “Essas amostras foram enviadas porque já havia uma desconfiança de que aquele produto realmente funcionava. Não foi uma análise pegando uma amostra de todas as marcas”, disse a assessoria da universidade. O percentual de 70% é recomendado para que o produto, em formato de gel, seja eficaz contra o coronavírus.
Desde agosto o Laboratório de Ressonância Magnética Nuclear (LabRMN), do departamento de química da universidade, oferece para a população testes gratuitos que investigam a qualidade do álcool. Segundo a assessoria, ainda não foram divulgados dados novos sobre quantidade de amostras recebidas e analisadas.
Vale ressaltar que a higienização das mãos é uma das principais medidas de combate para eliminar o Sars-Cov-2, vírus causador da Covid-19. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), o ideal é que se possa lavar as mãos até o punho com água e sabão, porém, quando isso não for possível, outra opção é o uso de álcool em gel com concentração igual ou superior a 70%.
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.
