Pazuello diz que plano de vacinação é nacional: ‘Não pode ser paralelo’

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Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, disse que vacinação deve começar em fevereiro
(Foto: Câmara dos Deputados)

Na tarde desta terça-feira (8), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com governadores de todo o país para fazer um balanço sobre o enfrentamento à covid-19 no Brasil. O principal assunto foi a compra de vacinas.

A reunião acontece um dia depois do governador de São Paulo, João Doria, anunciar que haverá um Plano Estadual de Imunizações. O ministro porém, rejeitou a proposta – “O PNI (Plano Nacional de Imunização) é nacional. Não pode ser paralelo. A gente tem que falar a mesma linguagem. Nós só temos um inimigo: o vírus. Temos que nos unir”, disse Pazuello, de acordo com nota divulgada pelo Ministério da Saúde.

A data de início da vacinação tem preocupado os governadores. O ministro deu a entender que só será possível começar em fevereiro, por causa do prazo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). “A Anvisa vai precisar de um tempo cumprindo essa missão. O registro gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação”, explicou o ministro.

A informação entra em conflito com o Plano Estadual de Imunizações divulgado por João Doria, que prevê o início da vacinação para 25 de janeiro. Outra preocupação é sobre a compra de insumos, como seringas e agulhas, que não foi licitada ainda. Ao comentar sobre isso, o Ministério da Saúde só disse que “está empenhado” e prometeu “vacinar todo mundo na maior velocidade possível”.

A Sinovac é conhecida por ser a empresa que fabrica a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 que está na última etapa dos testes em humanos, sendo parte desses testes realizados em São Paulo. (Fonte: Reprodução)

De acordo com o Ministério da Saúde, o governo federal tem acordos com com o laboratório AstraZeneca para receber 260 milhões de doses e insumos para fabricação em 2021. Seriam 100 milhões no 1º semestre e mais 160 milhões no 2º semestre. Além disso, haverá 42 milhões de doses de alguma vacina que virão do consórcio Covax Facility. Portanto o SUS (Sistema Único de Saúde) tem a garantia de 300 milhões de doses para 2021. Cada indivíduo precisará tomar duas doses, portanto existem vacinas garantidas para 150 milhões de pessoas.

Veja a nota oficial do Ministério da Saúde sobre a reunião com governadores.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, se reuniu com governadores de todo o país para fazer um balanço sobre o enfrentamento à Covid-19 no Brasil. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto na manha desta terça-feira (08/12) com parte dos gestores participando presencialmente e parte de forma remota.

João Doria prevê o início da vacinação para 25 de janeiro de 2021. (Foto: Twitter)

Pazuello conduziu a reunião reforçando o compromisso na aquisição de vacinas contra a Covid-19 e reforçou que o Brasil é um só quando se fala no Plano Nacional de Imunizações (PNI). “O PNI é nacional. Não pode ser paralelo. A gente tem que falar a mesma linguagem. Nós só temos um inimigo: o vírus. Temos que nos unir”, disse.

O ministro citou os acordos já feitos pelo Governo Federal com o laboratório AstraZeneca (260 milhões de doses e insumos para fabricação) e a entrada no consórcio Covax Facility (42 milhões de doses): “O SUS já tem capacidade de 300 milhões de doses para 2021″, disse.

O Governo do Brasil está aguardando a validação por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a imunização de todos os brasileiros e brasileiras. Enquanto isso, Pazuello afirmou aos governadores que o Ministério da Saúde já elaborou a logística de distribuição nacional das vacinas, que será apresentada em breve.

Todas as vacinas que tiverem sua eficácia e registros da maneira correta na Anvisa, se houver necessidade, vão ser adquiridas. O presidente Jair Bolsonaro já deixou isso de forma clara”, disse. “É muito importante que se sigam todos os passos. Quando falamos de saúde, não podemos abrir mão de eficácia, segurança e responsabilidade. Quando nós colocarmos uma vacina, seremos nós os responsáveis”, explanou ainda Pazuello aos governadores.

Na reunião, também foram destacadas as tratativas do Ministério da Saúde com o laboratório Pfizer e com o Instituto Butantan, além dos prazos para o início da campanha de vacinação no Brasil conduzida pelo PNI, que será dividida em quatro fases. Pazuello destacou que 15 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca – das 100 milhões acordadas – já começam a chegar em janeiro de 2021.

“A Anvisa vai precisar de um tempo cumprindo essa missão. O registro gira em torno de 60 dias. Se tudo estiver redondo, teremos o registro efetivo da AstraZeneca no final de fevereiro, dando início à vacinação”, explicou o ministro. A intenção de compra é de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer/Biontech. Pazuello pediu a união dos governadores e garantiu que o Ministério da Saúde está empenhado também na aquisição de seringas, agulhas e no reforço da rede de frios das salas de imunização.

“Nós vamos vacinar todo mundo na maior velocidade possível”, concluiu.