Circula nas redes sociais uma publicação afirmando que “malas secretas” com votos ilegais teriam sido encontradas na Geórgia, estado no qual o presidente eleito Joe Biden venceu as eleições por uma pequena margem de votos. De acordo com o texto, câmeras de segurança teriam flagrado funcionários retirando as malas debaixo de uma mesa.
Não é verdade que as malas mostrem cédulas de votação ilegais. O vídeo que foi usado como “prova” dessa alegação não mostra “malas secretas” que, segundo o texto, teriam sigo colocadas na sala depois da conclusão dos trabalhos. Na verdade, as imagens verdadeiras mostram que, após saída da imprensa e dos fiscais dos partidos, nenhuma nova remessa de votos chegou ao recinto.
As alegações com informações falsas partiram do presidente Donald Trump, que foi derrotado nas eleições realizadas no último dia 3 de novembro. O vídeo foi produzido pelo canal One America News Network (OANN), que foi suspenso do YouTube por disseminar desinformação.
O investigador-chefe da secretaria de estado da Geórgia, Frances Watson, prestou uma declaração juramentada sobre o assunto. Segundo Watson, ao assistir o vídeo completo, e não apenas os 90 segundos mostrados pela OANN, é possível perceber que, em momento algum, novas remessas de votos foram trazidas depois da saída dos fiscais.
Watson ainda afirmou que, por volta das 22h do dia da eleição, 3 de novembro, alguns funcionários, responsáveis por abrir os envelopes com votos, foram dispensados da contagem após a conclusão desta etapa dos procedimentos. Esse foi o momento em que fiscais partidários e a imprensa deixaram o recinto, sem que houvesse qualquer pedido por parte das autoridades presentes. Apesar disso, a contagem dos votos continuou normalmente.
As “malas secretas” que aparecem na imagem, na verdade, são caixas com rodas onde os votos não contabilizados estavam guardados. Segundo Watson, o vídeo completo mostra os funcionários guardando essas caixas de votos embaixo de uma mesa antes da saída dos fiscais.
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.