Meses após a trágica morte da cantora Marília Mendonça, seu filho Léo, hoje com 5 anos, foi diagnosticado com diabetes tipo 1. A revelação foi feita por dona Ruth, mãe da artista, em entrevista ao g1. Segundo ela, o menino já apresentava sinais da doença enquanto Marília ainda era viva, mas o diagnóstico só foi confirmado após sua partida.
A endocrinologista Dra. Tatiana Abrão explicou que o estresse emocional intenso, como o luto, pode funcionar como gatilho para o desenvolvimento da diabetes tipo 1, especialmente em crianças pequenas. Esse tipo de diabetes é uma doença autoimune, e o impacto psicológico pode acelerar o ataque do sistema imunológico às células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina.
Além disso, o estresse contínuo pode dificultar o controle da doença, elevando os níveis de cortisol e adrenalina, comprometendo a alimentação e aumentando o risco de hipoglicemia. A médica também destacou que Léo chegou a ter uma convulsão antes do diagnóstico, o que pode ter sido causado por uma hiperglicemia severa — uma condição que pode levar à desidratação, rebaixamento de consciência e até coma.
A boa notícia é que, embora não haja cura, o tratamento da diabetes tipo 1 evoluiu muito nas últimas décadas. Hoje, existem diferentes tipos de insulina com ação prolongada e menor risco de hipoglicemia, além de bombas de insulina inteligentes e sensores que monitoram a glicemia a cada 15 minutos. A prática de atividades físicas e o suporte psicológico são fundamentais para o bem-estar da criança.
Por fim, a médica reforça que o consumo excessivo de doces não causa diabetes tipo 1, já que a doença é de origem genética e autoimune. No entanto, uma alimentação desbalanceada pode agravar os sintomas e dificultar o controle da glicemia.
O caso de Léo traz à tona a importância de atenção ao estado emocional das crianças, especialmente após traumas, e da criação de um ambiente acolhedor e seguro para o tratamento eficaz de doenças crônicas.