Miguel Tavares Oliveira, de 4 anos, natural de Magé, no Rio de Janeiro, nasceu com hipoplasia do nervo óptico bilateral, uma condição rara que causou a cegueira nos dois olhos. Após um tratamento experimental com células-tronco realizado na Tailândia, o menino começou a apresentar os primeiros sinais de visão, como percepção de luzes e vultos.
A mãe, Maria Luiza Tavares Vanderley, relata que a gravidez transcorreu normalmente e que nenhuma alteração visual foi identificada nos exames pré-natais. No entanto, nos primeiros dias de vida, a ausência de interação visual chamou a atenção da família. “A falta de interação visual fez com que questionássemos a pediatra. Foram meses de exames e investigação com neurologista e oftalmologista”, lembra em entrevista à Crescer.
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O diagnóstico veio aos sete meses de idade. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica, a hipoplasia do nervo óptico é uma condição congênita em que as fibras que conectam os olhos ao cérebro são subdesenvolvidas. Na maioria dos casos, não há causa identificável.
“Foi como viver um luto, o sentimento era que tinha o perdido. Me senti completamente sem chão e sem rumo. Por um mês, eu e meu marido não falamos com ninguém”, conta Maria Luiza. Com o tempo, os pais buscaram mais informações e passaram a procurar alternativas para o tratamento do filho.
A descoberta do tratamento aconteceu após a mãe de Miguel entrar em contato com a família de uma criança brasileira que também realizaria o mesmo procedimento. A viagem para a Tailândia foi organizada com recursos próprios e aconteceu em fevereiro de 2025. O tratamento consistiu em aplicações de células-tronco por pulsão lombar e via intravenosa.
“Ele recebeu 8 bolsas com milhões de células”, explica a mãe. Já na primeira semana, os médicos identificaram melhora: Miguel passou a enxergar luzes. “Ele, por nunca ter enxergado nada, ficou um pouco confuso, mas logo entendeu que estava vendo as luzes com os olhinhos”, conta.
Ao todo, foram 18 dias de tratamento. A família retornou ao Brasil no início de março e segue com o acompanhamento clínico e terapias de estimulação visual. “Estamos seguindo uma dieta zero açúcar e com terapias de estimulação visual para que as células continuem evoluindo”, afirma.
Mesmo sem garantia de reversão total da cegueira, a família planeja voltar à Tailândia em 2026. “Tudo depende do organismo dele, mas temos expectativa que ele tenha um campo visual maior”, diz Maria Luiza. Para ela, cada progresso é motivo de celebração: “Miguel está ainda vivendo o processo, mas cada passo dessa jornada é uma vitória”.
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