Diagnosticada com a síndrome de Apert, uma condição genética rara que afeta o formato do crânio, das mãos, dos pés e da estrutura facial, Carissa Resek, de Kaysville, Utah (EUA), foi desafiada desde o nascimento. Aos pais dela, médicos disseram que talvez ela nunca andasse. Mas aos 31 anos, ela já completou uma maratona, sem nem mesmo ter planejado.
Em entrevista à PEOPLE, o irmão mais velho de Carissa, Erick Resek, contou que tudo começou de forma inusitada: “Ela nunca teve a intenção de correr uma maratona. Depois de terminar um filme de Harry Potter no celular durante a corrida, percebeu que já tinha feito 18 milhas na esteira”.
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A surpresa virou motivação. “Ela decidiu que mais oito milhas não fariam mal. Mandou mensagem para alguns amigos e familiares e, pouco tempo depois, todos estavam ao lado dela, torcendo”, relata Erick.
Carissa terminou os 42 km em 5 horas e 31 minutos, alimentando-se apenas de mini muffins e água da torneira, tomada por um canudo. Acostumada a correr de 8 a 16 km por dia, ela já havia feito uma meia maratona antes, mas essa foi a primeira vez que completou a distância total.
Apesar de não ter conversado com médicos antes da maratona espontânea, Carissa está em excelente forma graças aos anos de prática. Após o desafio, ela foi monitorada pela família, mas não teve dores. “Ela mesma lavou a roupa e aspirou o quarto no mesmo dia. Acordou no dia seguinte se sentindo ótima”, contou Erick. Agora, ela quer repetir a dose: “Ela diz que quer tentar de novo, com mais treino e um tênis melhor. A meta dela agora é cinco horas e quinze minutos”.
Desde a infância, Carissa convive com desafios. Além das dezenas de cirurgias, passou por tratamentos dolorosos, como o uso de um aparelho facial de metal aos 6 anos. Hoje, ainda enfrenta infecções recorrentes, apneia do sono e outras condições. Mas nada disso a impede de levar uma vida ativa e inspiradora.
“Carissa nunca deixou o diagnóstico desacelerar seus sonhos. Ela se formou no ensino médio, fez um curso de gastronomia e trabalha desde a adolescência”, disse Erick.
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Atualmente, Carissa trabalha em uma creche local, cuidando de bebês e crianças pequenas. Também ajuda na cozinha, graças ao certificado de manipulação de alimentos. Fala espanhol fluentemente, adora cozinhar, nadar, memorizar falas de filmes e, agora, corre com determinação de sobra. Ela já morou na Argentina por três anos, durante a missão religiosa dos pais, e também serviu voluntariamente em Salt Lake City.
“Na vizinhança, ela é conhecida pelas mensagens positivas que desenha com giz na calçada, ou por aparecer na sua porta com cookies recém-assados”, relatou Erick. Vivendo com os pais, Carissa é cercada de carinho. Em uma família com oito filhos, ela é considerada a irmã favorita e é muito amada pelos sobrinhos.
“Nossos pais e irmãos sempre a incentivaram cada sonho. Às vezes ela precisa de um empurrãozinho, como para nadar com tubarões, descer de tirolesa no Havaí ou ir a uma montanha-russa, mas na maioria das vezes, é a própria vontade dela que lidera”, declarou Erick.
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