Bolsonaro não cumpre promessa de ‘abrir a caixa-preta’ do BNDES; dados estão disponíveis desde 2015

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Nesta sexta-feira (18), O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgou a relação dos seus 50 maiores clientes e todas as operações com eles realizadas nos últimos 15 anos. A notícia gerou repercussão nas redes sociais, além de alcançar o terceiro assunto mais comentado do Twitter.

Parte da confusão se deve pela discordância desses dados, entre serem algo novo ou integrarem a suposta ‘caixa-preta’. Entretanto, as informações já estavam disponíveis no site do banco há anos, o que configura que o presidente Jair Bolsonaro não cumpriu sua promessa de que tornaria a instituição mais transparente.

Relembre o tuíte do atual presidente, feito em novembro de 2018:

Para que este compromisso seja realizado, o atual presidente precisa contornar a resistência da área jurídica do banco à publicação de informações vistas como sensíveis para as empresas ou protegidas por sigilo bancário. Apenas os órgãos de controle, como a fiscalização do Tribunal de Contas da União (TCU), têm acesso a esses dados.

Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro menciona sobre o assunto e classifica a instituição como uma ‘caixa-preta’. O atual presidente do Brasil, cobrou a divulgação de informações, como o valor dos empréstimos que financiaram projetos de empreiteiras brasileiras em outros países e as garantias fornecidas pelos países que tomaram o dinheiro emprestado.

A notícia sobre a divulgação dos dados do BNDES continuou a ser chamada de ‘caixa-preta’ por muitas autoridades que defendem que isso é inédito. Veja o que o comentarista Marco Antônio Villa disse no programa Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta sexta-feira (18):

Desde 2015, os dados estão ao alcance da população, pois o BNDES passou a publicar mais detalhes das suas operações, acrescentando a identidade dos seus clientes, o valor dos empréstimos, taxas de juros, prazos para pagamento e os resumos dos projetos apoiados.

A liberação dessas informações aconteceu ainda no governo da Dilma Rousseff (PT), pela pressão que o banco começou a sofrer, por conta dos questionamentos de operações pelo TCU e também das revelações da Operação Lava Jato sobre a atuação corrupta de grandes empreiteiras.

BNDES enfatiza que os dados somente foram reorganizados 

Em seu portal oficial, o BNDES publicou uma notícia sobre a divulgação da lista e disse que “é a primeira vez que esses dados são disponibilizados ao público neste formato”. A atual ferramenta permite ao usuário ver cada operação feita com os 50 maiores tomadores de recursos nos anos de 2005 até 2018, inclusive disponibiliza os recortes trienais.

A questão que facilitou as confusões nas redes sociais é porque antes, para achar os dados, era preciso buscar as informações em diferentes páginas. “Apesar da variedade de informação que o banco tem disponibilizado nos últimos três anos, há uma percepção de que os dados frequentemente estão disponíveis de uma maneira difícil para a maioria das pessoas”, explicou o BNDES.

Para a instituição, o objetivo é tornar a navegação melhor e mais acessível. Segundo o BNDES, a disponibilização da lista com grande número de detalhes das operações é parte do esforço de transparência e responsabilidade com o público.

O que mudou? 

Todos os dados foram organizados em um gráfico que facilita a sua a exposição. As tabelas completas podem ser baixadas no site do Banco por qualquer pessoa e as consultas simples podem ser feitas com a ajuda das ferramentas oferecidas pelo próprio BNDES.

Além disso, os contratos de projetos financiados no exterior são públicos e os detalhes sobre a carteira de investimentos do BNDESPar (parte que administra as participações do banco em empresas) são divulgadas desde 2017.

O que é #Fato! 
Por conta dos inúmeros questionamentos e discussões sobre os dados divulgados, através da conta oficial no Twitter, o BNDES respondeu alguns tuítes e esclareceu como o banco funciona, para evitar notícias falsas. Confira algumas dessas respostas: