É falso que pasta de dentes Kolynos tinha cloroquina na composição

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Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, muitos boatos relacionados à origem, sintomas, ou curas milagrosas tem surgido na internet. Dessa vez, circulam nas redes sociais postagens e áudios afirmando que o creme dental Kolynos, marca atualmente conhecida como Sorriso, continha cloroquina na composição. Nas legendas das postagens, os usuários afirmam que a substância é segura, caso contrário não estaria presente no produto.

“Se cloroquina fizesse mal, quantos de nós já teríamos morrido.” – Legenda de uma postagem no Facebook que acompanha um áudio no qual um comercial afirmaria a presença de cloroquina em pasta de dente.

Essa informação é falsa. No Youtube é possível encontrar o comercial na íntegra e, com atenção, notar que o locutor anuncia a presença de clorofila, e não cloroquina, como está sendo dito na internet. Em uma busca na internet é possível encontrar diversas imagens e referências ao produto com clorofila.

Existem muitas polêmicas a respeito da cloroquina e, apesar de muitas pessoas e governantes acreditarem que o medicamento seja a cura da Covid-19, ainda não existe nenhuma comprovação de sua eficácia contra o novo coronavírus.

No dia 22 de maio, a revista The Lancet publicou o maior estudo observacional feito com a cloroquina, concluindo a ineficácia do medicamento que, além de não curar a doença, também estaria aumentando o risco de morte dos pacientes. Porém, na semana passada, o estudo foi retirado do ar ao apresentar falhas nos dados. A Organização Mundial da Saúde (OMS), que havia suspendido as pesquisas com a droga após o artigo publicado na Lancet, decidiu retomar os testes, mas segue afirmando que ainda não existem confirmações de que a droga seja eficaz contra o coronavírus.

A volta da OMS em relação aos testes foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e, enquanto pesquisadores do mundo inteiro debatem sobre a eficácia do medicamento, e, principalmente sobre seus riscos e efeitos colaterais, no Brasil a produção e distribuição até para pacientes assintomáticos, segue sem respeitar o protocolo do Ministério da Saúde.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.