Circula nas redes sociais uma postagem afirmando que a jovem ativista ambiental, Greta Thunberg, tenha pedido que os chineses parem de usar os tradicionais hashis (palitos de madeira usados como talheres). Segundo a publicação, a intenção de Greta seria “salvar centenas de árvores”. Na legenda, o post ainda sugere que os chineses tenham recebido mal a suposta atitude de Thunberg, “Os chineses aconselharam Greta Thunberg a regressar à escola, onde ela aprenderá que os palitos são feitos de bambu, e que o bambu é uma planta, não uma árvore”, complementa.
Essa informação é falsa. A assessoria de imprensa de Greta confirmou para a agência de notícias Reuters que ela nunca fez esse pronunciamento. Além disso, não existe nenhum registro de que Greta tenha pedido aos chineses para que não usem os palitinhos de madeira ou que a China tenha se pronunciado em resposta.
O boato já foi desmentido por agências de checagem de notícias do mundo todo, como a inglesa Reuters, a norueguesa Faktist e a dinamarquesa TjekDet. Uma das primeiras postagens sobre o assunto teria sido um tuíte, publicado em 14 de janeiro de 2020, que afirma: “Greta disse para não usarem palitinhos. Porque isso era símbolo da destruição do meio ambiente.”, porém a mensagem não credita nenhuma fonte. Outra possível origem do boato seria um artigo chinês que cita uma entrevista real de Greta na qual ela afirma que existe a possibilidade de visitar a Ásia. A entrevista a ativista não faz nenhuma menção aos tradicionais hashis.
Portanto, tanto o boato sobre o pedido de Greta para que os chineses parem de usar os tradicionais palitinhos, quanto a suposta resposta da China são falsos. Além disso, vale ressaltar que, diferente do que a mensagem afirma, mesmo que alguns hashis sejam produzidos em bambu, outros palitos também são feitos em madeira, plástico e outros produtos. Uma matéria do jornal americano Washington Post afirmou em 2013 que, que cerca de 80 bilhões de palitos descartáveis sejam produzidos anualmente na China, com isso cerca de 20 milhões de arvores sejam cortadas por ano, “destruindo florestas” para alimentar a tradição, afirmou o texto.
Conteúdo de fact-checking do Pipeify.
