É falso que hacker foi condenado à morte após desviar US$ 400 milhões para caridade

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Circula nas redes sociais um post afirmando que um hacker teria desviado mais de US$ 400 milhões de bancos e doado o dinheiro para instituições de caridade da África. O texto acompanha quatro fotos que, supostamente seriam da prisão do hacker, que foi condenado à morte. Duas das fotos mostram o homem sendo escoltado por policiais, enquanto as outras duas teriam sido tiradas no dia de seu suposto enforcamento.

“O jovem, que se diz ser um graduado em ciência da Computação, um dos maiores hackers do mundo. Ele retirou mais de 400 milhões de dólares de 240 bancos e deu tudo para instituições de caridade em África. Antes de ser enforcado, ele afirmou que o dinheiro não é nada se não for usado para construir um mundo melhor para os pobres.” – Legenda de imagem publicada no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. Não é verdade que os homens que aparecem nas fotos sejam a mesma pessoa, assim como também é falsa a história do hacker que desviou milhões para a caridade. O homem que aparece sendo escoltado por policiais é o programador argelino Hamza Bendelladj, enquanto o outro é um iraniano, chamado Majid Kavousifar, que foi executado em 2007.

Hamza Bendelladj foi preso em 7 de janeiro de 2013, no Aeroporto Internacional de Suvarnabhumi, em Bangcoc, na Tailândia, e deportado para os Estados Unidos. O argelino é um dos criadores de um vírus de computador, conhecido como SpyEye, usado para desviar dinheiro de contas bancárias de indivíduos e instituições. Além do desenvolvimento e uso do vírus, ele também o vendia para outros criminosos. Ao admitir o crime, em 2015, ele foi condenado a 15 anos de prisão.

Apesar de circular na internet o boato de que Bendelladj desviava o dinheiro para doações de caridade, não existe nenhuma comprovação de que isso seja verdade.

As duas outras fotos no post que circula no Facebook mostram Majid Kavousifar, que não tem qualquer relação com Bendelladj. As imagens são creditadas à Agência Nacional da República Islâmica (IRNA), órgão estatal de imprensa do Irã, porém o nome do autor não é informado. Kavousifar foi uma das vítimas mais conhecidas da onda de execuções publicas que ocorreu no Irã em 2007. Ele foi condenado, junto com seu sobrinho, por assassinar um juiz conhecido por sentenciar dissidentes políticos do regime iraniano à prisão.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.