É falso que Argentina, Cuba e Venezuela não possuem programas de auxílio na pandemia

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Circula nas redes sociais um post afirmando que em alguns países como, Argentina, Cuba e Venezuela, a população não pode contar com programas de auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19. O post ainda faz uma comparação com o Brasil, anunciando um valor de R$600 reais de auxílio e afirma que votaria novamente no atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido).

“Valor auxílio emergencial Cuba: 00 Argentina: 00 Venezuela: 00 Brasil: 600 Cadê urna pra votar nesse presidente Bolsonaro de novo?” – Texto da imagem publicada no Facebook. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. Os três países citados na publicação, Cuba, Argentina e Venezuela, anunciaram diversas medidas econômicas durante a pandemia do novo coronavírus, entre elas programas de transferência de renda para ajudar famílias e trabalhadores (formais e informais) durante o período de pandemia da Covid-19.

Na Argentina, o presidente Alberto Fernández, publicou em março um decreto que instituiu o programa Ingresso Familiar de Emergência (IFE). O programa funciona como uma espécie de auxílio emergencial para trabalhadores de 18 a 65 anos que perderam a renda durante a interrupção de suas atividades econômicas. O valor do auxílio é de 10 mil pesos, o que equivale a cerca de R$ 708, e foi pago nos meses de abril, junho e agosto.

O governo da Argentina ainda analisa pagar uma quarta parcela do auxílio, segundo a imprensa local. Além disso, a Argentina criou uma ajuda financeira de 3 mil pesos (cerca de R$ 213) para beneficiários de planos sociais e aposentados com renda mínima.

Já na Venezuela, Nicolás Maduro anunciou em março a abertura de um programa “Quédate en Casa” (Fique em Casa), que consiste em um auxílio, destinado a 6 milhões de trabalhadores, no período de seis meses, também com o intuito de amenizar os efeitos econômicos devido a paralização de diversas atividades durante a pandemia. No entanto, não se sabe oficialmente quais são os pagos aos beneficiados pelo programa de auxílio venezuelano.

O governo de Cuba, apesar de não ter lançado um programa oficial como fizeram Argentina, Brasil e Venezuela, anunciou em março um serie de medidas econômicas com foco nos trabalhadores durante a pandemia. Tais medidas garantem que, em caso de interrupções no trabalho, eles receberiam 100% do salário no primeiro mês, e se a situação continuasse, obteriam 60% – Os valores seriam bancados pelo governo cubano. Em relação às pessoas que trabalham como autônomos (setor de serviços não estatais), que não puderam ser realocadas em outras atividades, o governo prometei uma proteção social que não poderia ser inferior a um salário mínimo. Porém, assim como no caso da Venezuela, não existem informações oficiais sobre os valores que estão sendo pagos.

No Brasil, o auxílio emergencial no valor de R$ 600, pago entre os meses de abril e agosto, foi criado com o intuito de garantir uma renda mínima para a parte mais necessitada da população durante a pandemia. Podem ser beneficiários do programa pessoas sem emprego formal, com renda mensal até meio salário mínimo (R$ 522,50). Além disso, mães solo têm direito a acumular dois benefícios. No início de setembro, opresidente Jair Bolsonaro anunciou que o auxílio emergencial seria prorrogado em mais quatro parcelas de R$ 300 (até o fim de dezembro).

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.