Vacina da Covid-19 não irá injetar microrrobôs para roubar dados biométricos dos humanos

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Circula nas redes sociais um vídeo em que uma suposta médica explica que a vacina da Covid-19, que utiliza a tecnologia RNA em sua fórmula, poderá modificar o DNA de uma pessoa. Ela diz ainda que as nanopartículas presentes na vacina injetarão microrrobôs que roubarão dados biométricos dos humanos.

No entanto, as informações são falsas. Vacinas sobre plataformas de RNA não alteram o código genético de células humanas. Elas introduzem uma sequência mRNA que é codificada para um antígeno específico — substância estranha ao organismo que desencadeia a produção de anticorpos. Uma vez produzido dentro do corpo, o antígeno é reconhecido pelo sistema imunológico, preparando-o para combater o vírus. Ou seja, o chamado RNA mensageiro interage com as células humanas e permite que elas produzam proteínas específicas de um patógeno — que passam a ser reconhecidas no corpo. Não há interação entre o mRNA do vírus e o material genético do núcleo das células humanas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), com dados atualizados até 2 de dezembro, dos 13 imunizantes que estão na fase 3 de testes clínicos — última etapa das análises —, duas delas usam o RNA na sua formulação: a das empresas Moderna e Pfizer/BioNTech.

Além disso, não existem imunizantes com nanorrobôs tanto entre os que estão em estudo clínico para a Covid-19 como entre os que já estão em uso para outras doenças. Algumas vacinas podem até utilizar nanopartículas, mas não seriam nada semelhante a nanorrobôs.

Vale salientar que o objetivo de uma vacina é estimular a produção de anticorpos ou de células T capazes de neutralizar o vírus, no caso da vacina de Covid-19, o SARS-CoV-2 sem causar nenhuma alteração no genoma da pessoa vacinada.

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.