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Imunidade de rebanho não é medida eficaz contra a Covid-19, afirma USP

Fachada da Faculdade de Saúde Pública da USP. (Foto: Divulgação)

A Congregação da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP) divulgou nesta segunda-feira (29) uma nota técnica negando a eficácia da imunidade coletiva por contágio como medida de combate à pandemia do coronavírus. A imunidade coletiva, mais conhecida como imunidade de rebanho, é descrita pela nota como “uma barreira de pessoas imunizadas que impediria a cadeia de transmissão do vírus”.

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Segundo o comunicado pela FSP-USP, “a expectativa de imunidade coletiva por contágio causa a morte de centenas de milhares de brasileiros e ameaça o Sistema Único de Saúde (SUS)”. A universidade informa que “é ilusório esperar que a progressão da epidemia leve a seu próprio controle. Ao contrário, as condições de intensa e contínua transmissão favorecem a aparição de novas variantes do vírus”.

“Em setembro do ano passado, alguns modelos matemáticos sugeriram que em Manaus (AM) a imunidade de rebanho poderia estar próxima pois aproximadamente 66% da população poderia já ter sido infectada. Ainda que isto tivesse ocorrido, a imunidade coletiva teria sido alcançada ao custo de elevadas incidência e mortalidade evidenciadas desde fases precoces da epidemia. […] Além disso, vários estudos têm sugerido que a imunidade adquirida naturalmente poderia se perder ou ser insuficiente, e reinfecções podem ocorrer”, explica a Faculdade de Saúde.

Por essa razão, a FSP condena a admissão da medida pelo Estado e a propaganda contra a saúde pública, que inclui a divulgação de notícias falsas e tratamento precoce sem comprovação científica, também promovidos pela União. “Pessoas são incitadas a exigir de profissionais e serviços de saúde a prescrição e o uso de tratamentos ineficazes e potencialmente danosos”, diz a nota.

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A publicação ainda afirma que o SUS é uma peça-chave no combate à pandemia, mas está ameaçado: “A criação de novos leitos não consegue acompanhar a velocidade do atual incremento de casos, com escassez de insumos, incluindo anestésicos e oxigênio, e profissionais de saúde especializados, como médicos intensivistas, enfermeiros e fisioterapeutas”. A situação dos profissionais da saúde também não é positiva. “Desde o início da pandemia, o Observatório do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) registrou 50.869 casos e 699 óbitos nesta categoria profissional até o presente momento em território nacional”, informa o texto.

A Faculdade de Saúde Pública da USP finaliza compartilhando fontes e chamando a atenção para a necessidade do lockdown e da vacinação, que é “urgente e imprescindível”. A instituição pede a mobilização da população brasileira em favor da responsabilização das autoridades, que têm falhado em proteger a saúde pública.

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.