Durante uma visita oficial à sede da Prefeitura de Paris nesta quinta-feira (5/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um discurso de 42 minutos que chamou atenção não apenas pelo conteúdo político, mas por sinais sutis de que pode estar cogitando disputar novamente a Presidência da República em 2026.
Sem mencionar diretamente a eleição, Lula usou termos como “campanha” e alertou para um cenário político desafiador nos próximos anos. “Estou convencido de que nós vamos fazer uma campanha muito dura, não apenas no Brasil, mas no mundo”, afirmou, em um recado que soou como antecipação de uma nova corrida eleitoral. O presidente também criticou o avanço das fake news e defendeu que “a verdade não pode ser derrotada pela mentira”.
Outro ponto que levantou especulações foi a menção à promessa antiga feita à família de se afastar da política. “Lamentavelmente, eu estou prometendo para a minha família parar de lutar desde 1978”, disse, sugerindo que o compromisso pode mais uma vez ser adiado.
Lula também aproveitou o palco internacional para reforçar sua trajetória política e a importância da democracia. Em crítica velada à proposta de adoção do parlamentarismo no Brasil, ele afirmou que jamais teria chegado à liderança do país por meio de escolha congressual. “A única chance que eu tenho é exatamente o povo votar”, declarou, lembrando que é o único brasileiro a ter sido eleito diretamente pelo povo para três mandatos presidenciais.
O discurso em Paris ocorre em meio a uma agenda intensa de Lula no exterior, com foco em temas como mudanças climáticas, combate à desigualdade e defesa das instituições democráticas. A retomada do protagonismo internacional do Brasil parece ser também uma plataforma para reforçar sua imagem global e, quem sabe, preparar o terreno para mais um capítulo em sua longa carreira política.