Após uma reunião no Palácio do Planalto com a equipe econômica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou neste domingo (13/7) a criação de um comitê especial para lidar com a nova tarifa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros. A medida norte-americana gerou forte reação do governo brasileiro, que classificou a ação como uma tentativa de ingerência política e uma violação das regras do comércio internacional.
O comitê terá caráter emergencial e contará com a participação dos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores (Itamaraty) e Comércio, além de representantes do setor empresarial. A missão do grupo será formular pareceres e propostas que subsidiem a resposta brasileira nas negociações com os EUA.
O governo brasileiro pretende utilizar a recém-sancionada Lei da Reciprocidade Econômica, que amplia os instrumentos do Executivo para enfrentar barreiras comerciais. Entre as medidas previstas estão a aplicação de tarifas de retaliação, suspensão de acordos e até interrupção de obrigações em propriedade intelectual. O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o decreto que regulamenta a lei será publicado nos próximos dias.
Além disso, o Brasil buscará inicialmente uma solução diplomática e, caso não haja avanço, poderá levar a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC). Internamente, a avaliação é de que a decisão de Trump tem forte motivação política, especialmente por ocorrer em meio a críticas ao governo Lula e à condução de investigações contra Jair Bolsonaro.
A expectativa do Planalto é apresentar as primeiras propostas de resposta ainda nesta semana, em articulação com o setor privado, para garantir uma reação proporcional e estratégica à medida dos EUA.
