Em mais um capítulo polêmico, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista à agência Reuters, que o sistema brasileiro preferiria vê-lo morto a tê-lo preso, alegando que sua detenção causaria “trabalho às autoridades”. Segundo ele, não teme a morte, pois já enfrentou situações-limite como saltos de paraquedas, mergulhos arriscados e a facada sofrida em 2018. “Eu não sou imortal, mas já passei pela morte”, declarou dramaticamente.
A fala ocorre em meio a uma nova operação da Polícia Federal, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado. Durante a ação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na sede do PL e na casa de Bolsonaro, em Brasília. Foram apreendidos dinheiro em espécie, o celular do ex-presidente e um pendrive misterioso encontrado em um dos banheiros da residência.
Bolsonaro insinuou que o dispositivo pode ter sido “plantado” pelos agentes, mas logo recuou, dizendo que não estava sugerindo nada e que perguntaria à esposa se o objeto era dela. A operação resultou também na imposição de medidas restritivas: Bolsonaro foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, está proibido de usar redes sociais, de se comunicar com diplomatas e até mesmo de falar com o próprio filho, Eduardo Bolsonaro, atualmente nos EUA.
O ex-presidente classificou o uso da tornozeleira como uma “suprema humilhação” e voltou a afirmar que está sendo perseguido politicamente. As imagens de sua chegada ao Centro Integrado de Monitoração Eletrônica (CIME) para instalação do equipamento viralizaram nas redes e reforçaram o clima de tensão entre seus apoiadores e opositores.
A ofensiva da PF e as declarações inflamadas de Bolsonaro reacendem o debate sobre os limites da atuação da Justiça e o papel do ex-presidente nas investigações que apuram atentados à democracia. Com a possibilidade de novas revelações, o cenário político segue em ebulição.