Em mais um ataque direto ao Brics, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu nesta sexta-feira (18/7), em pronunciamento na Casa Branca, que vai “acabar rapidamente” com o bloco formado por economias emergentes como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A declaração acalorada foi acompanhada da ameaça de tarifas de 10% sobre todos os países membros, numa tentativa clara de enfraquecer a união econômica que, segundo ele, busca desafiar o domínio do dólar no comércio internacional.
Trump afirmou que suas ameaças anteriores já surtiram efeito: “Eles tiveram uma reunião no dia seguinte e quase ninguém apareceu. Eles não queriam ser tarifados, é incrível”, ironizou o presidente. Para ele, o Brics está “desaparecendo rapidamente” e ainda não é um bloco consolidado de forma significativa.
Não é a primeira vez que Trump direciona sua artilharia contra o Brics. No início de seu segundo mandato, ele já havia ameaçado aplicar tarifas de até 100% aos países que não se alinhassem aos interesses comerciais dos Estados Unidos. A retórica agressiva se intensificou durante a última cúpula do Brics, realizada no Brasil, evento que o republicano afirma ter monitorado de perto.
O principal motivo para a hostilidade, segundo Trump, é o projeto do Brics de criar uma moeda comum para transações internacionais, o que colocaria em risco a hegemonia do dólar — pilar central da influência econômica dos EUA no mundo. A iniciativa, vista como estratégica pelos membros do bloco, é interpretada por Trump como uma ameaça direta à soberania financeira norte-americana.
Enquanto líderes como o presidente brasileiro Lula buscam fortalecer o Brics como alternativa à ordem econômica tradicional, Trump intensifica sua campanha para desestabilizar o grupo, apostando em medidas protecionistas e retórica nacionalista.
A ofensiva de Trump escancara o novo capítulo da guerra econômica global, onde o dólar é a principal arma e o Brics, o alvo declarado.