
A sonda Psyche, da NASA, atualmente em rota para o asteroide metálico 16 Psyche, está protagonizando um avanço revolucionário nas comunicações espaciais. Além de sua missão principal de estudar um dos objetos mais valiosos do Sistema Solar, com valor estimado em US$ 10.000 trilhões, a nave serve como plataforma de testes para o inovador sistema de comunicações ópticas em espaço profundo, o DSOC (Deep Space Optical Communications).
O DSOC utiliza feixes de laser no infravermelho próximo para transmitir dados com muito mais eficiência do que os sistemas de radiofrequência tradicionais. Em um teste recente, o sistema conseguiu enviar um sinal a laser a uma distância de 460 milhões de quilômetros — um marco inédito na história da exploração espacial. Esse feito foi possível graças a um transceptor instalado na sonda e a duas estações terrestres nos EUA, uma delas no Observatório Palomar, na Califórnia.
Durante os testes, o DSOC atingiu velocidades de transmissão impressionantes. A 390 milhões de quilômetros da Terra, a taxa foi de 6,25 megabits por segundo, chegando a 8,3 Mbps em seu pico. Em uma distância menor, de 53 milhões de quilômetros, a velocidade alcançou 267 Mbps — comparável à internet banda larga terrestre.
Um dos momentos mais simbólicos ocorreu em dezembro de 2023, quando a Psyche transmitiu o primeiro vídeo em ultra-alta definição a partir do espaço profundo: um gato chamado Taters brincando com um ponto de laser. O vídeo levou 101 segundos para chegar à Terra, mesmo sendo enviado de 31 milhões de quilômetros de distância.
Segundo a NASA, essa tecnologia poderá transformar a comunicação com futuras missões interplanetárias, permitindo o envio de grandes volumes de dados científicos, imagens e vídeos em alta definição com rapidez e precisão. A administradora adjunta da agência, Pam Melroy, destacou que o aumento da capacidade de banda é essencial para os objetivos de exploração das próximas décadas.
Com o sucesso do DSOC, a missão Psyche não apenas promete desvendar os segredos de um asteroide raro, mas também inaugura uma nova era de “banda larga interplanetária”, aproximando-nos de um futuro onde a comunicação com o espaço profundo será tão rápida quanto a que temos na Terra.