Durante o cerco de Sarajevo, entre 1992 e 1996, mais de 13 mil pessoas perderam a vida, incluindo milhares de civis. A cidade viveu sob bombardeios constantes e a ameaça de atiradores posicionados em prédios e colinas. Dentro desse cenário de horror, surgiu um relato ainda mais perturbador: a existência de um “safári humano”, onde estrangeiros pagavam para atirar em habitantes indefesos.
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Enquanto os moradores buscavam rotas seguras e deixavam avisos nas ruas sobre os locais mais perigosos, um ex-oficial de inteligência da Eslovênia, que atuou para os Estados Unidos, revelou que viu algo estarrecedor. Em um dos pontos de tiro usados por forças sérvias, ele encontrou estrangeiros ricos que haviam pago até 90 mil dólares (equivalente a R$ 500 mil reais) para participar de tiroteios contra civis.
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Segundo o relato, o local estava preparado com rifles e binóculos, e os visitantes demonstravam entusiasmo ao atirar. Um deles chegou a mirar em uma criança que caminhava com a mãe. O ex-oficial afirmou que os tiros contra crianças eram considerados mais “valiosos”, sendo cobrados à parte.
Os visitantes estrangeiros eram levados até posições estratégicas pelos atiradores sérvios e incentivados a participar da prática macabra. O esloveno foi convidado a atirar gratuitamente, mas recusou. O episódio ilustra o grau de desumanidade que tomou conta da cidade durante o conflito.
Após a guerra, líderes sérvios como Milošević, Karadžić e Mladić foram julgados por crimes contra a humanidade. Contudo, a participação de civis estrangeiros nesses atos hediondos permaneceu por muito tempo sem investigação formal.
Com o surgimento de novos depoimentos e provas, autoridades europeias reabriram o caso. Um processo foi iniciado em Milão para apurar quem eram esses turistas, como chegaram à zona de guerra e como financiaram sua participação nos crimes.
O “safári humano” permanece como uma das revelações mais sombrias do cerco de Sarajevo, expondo não apenas a brutalidade do conflito, mas também a cumplicidade de civis estrangeiros em crimes de guerra.

