CoronaVac tem eficácia global de 50,38% nos testes feitos no Brasil, diz Instituto Butantan

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De acordo com Ricardo Palácios, diretor de pesquisa do Instituto, a eficácia geral da vacina é de 50,38%. (Foto: Pixabay)

O governo de São Paulo anunciou os resultados dos testes de eficácia da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, nesta terça-feira (12). De acordo com Ricardo Palácios, diretor de pesquisa do Instituto, a eficácia geral da vacina é de 50,38%. 

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O resultado foi obtido após testes feitos em 12.508 voluntários no país, todos profissionais do setor da saúde. Segundo informações da BBC Brasil, os dados divulgados são equivalente a taxa global de eficiência da vacina, ou seja, o resultado após todas as pessoas ficarem doentes, independente da gravidade.

“[O teste] não é a vida real exatamente. É um teste artificial, no qual selecionamos dentro das populações possíveis, selecionamos aquela população que a vacina poderia ser testada com a barra mais alta. […] Fizemos deliberadamente para colocar o teste mais difícil para essa vacina, porque se a vacina resistir a esse teste, iria se comportar infinitamente melhor em níveis comunitários”, explicou Palácios, sobre a escolha dos profissionais da saúde como o grupo testado. 

O governo de São Paulo e o Instituto Butantan pediram a autorização para o uso emergencial da CoronaVac. (Foto: Unsplash)

Com relação ao valor de 50,38% equivalente a taxa de eficácia global, ela é maior que a recomendada pela OMS e pela Anvisa, de pelo menos, 50%. De acordo com o governo de São Paulo, as etapas anteriores já haviam atestado que a vacina é segura e gera uma resposta do sistema imunológico. 

O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, atestou que a CoronaVac “tem segurança, eficácia e tem todos os requisitos que justificam seu uso emergencial”. Já Ricardo Palácios reiterou que o instituto foi extremamente rigoroso em sua produção. 

Ele explicou que foram usados sintomas abrangentes, como 2 dias de dor de cabeça ou coriza, por exemplo. ara incluir todos os casos mais leves possíveis. Sendo assim, o resultado global abrange todos os indivíduos que tiveram o menor sintoma possível. 

O governo de São Paulo fez um esquema explicando como funciona a taxa de eficácia global da CoronaVac. (Foto: Reprodução)

Mas afinal, o que significa 50,38% de eficácia global? 

A ausência dos dados de eficiência global na semana passada, geraram confusão e levaram muito a pensar que o dado de 78% seria o valor total. Mas, ele representava a eficácia para os casos que necessitam de atendimento médico, sendo leves, moderados e graves.

Como já havia sido divulgado na última segunda-feira (11), a vacina CoronaVac teria uma taxa de eficácia geral abaixo dos 60%, mas acima de 50%. E, de acordo com os dados confirmados hoje, o valor de eficácia geral é o de 50,38%. 

Isso significa que ao final dos testes, a vacina protegeu em: 

  • 50,38% dos casos gerais (Os pacientes de casos simples, como os assintomáticos, que não precisam de atendimento médico; até os mais graves)  
  • 78% dos casos de sintomas leves, moderados ou graves (Os pacientes que necessitam de atendimento médico)
  • 100% dos casos mais graves, que resultam em internação e mortes (Afinal, os 7 infectados nessa amostra foram do grupo que recebeu o placebo, e não a vacina, logo nenhum paciente que recebeu a vacina ficou entre os casos graves). 

O governo de São Paulo e o Instituto Butantan pediram a autorização para o uso emergencial 

Com base nos resultados e, especialmente, os dados de eficácia global, os próximos passos do Instituto Butantan e do governo paulista foram pedir autorização para uso emergencial da CoronaVac no Brasil para a Anvisa. 

E, na China, a farmacêutica Sinovac pedirá o registro da vacina junto à Administração Nacional de Produtos Médicos, o orgão regulador da China. A previsão no Estado de São Paulo é de o plano de vacinação tenha início em 25 de janeiro. As agências têm cerca de 72 horas para responderem as autorizações das empresas.