Circula em grupos de Whatsapp e nas redes sociais um áudio que afirma que o governo do Amazonas tem uma dívida de R$52 milhões com a empresa White Martins, a principal fornecedora de oxigênio para hospitais do estado.
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“[…] O governo do estado do Amazonas deve à White Martins R$52 milhões. A White Martins, por sua vez, com essa demanda de oxigênio, falou para o governo do estado que iria liberar uma parte do oxigênio e que o governo teria que pagar a propaganda”, dizia a mensagem que viralizou.
“[…] Porque dinheiro em caixa tem, então por que não paga? Pague e eu libero”, continuava o áudio, que também acusa o governador Wilson Lima (PSC) de pedir para as autoridades para vetarem que as empresas que são de oposição vendam oxigênio. Em meio à crise do abastecimento de oxigênio no Amazonas, o conteúdo foi enviado e analisado pelo Aos Fatos, AFP Checamos, Estadão Verifica e Lupa.
Após a checagem dos fatos, concluiu-se que as informações do áudio são falsas. Não é verdade que a White Martins, responsável por 90% do fornecimento de oxigênio para os hospitais públicos do Estado, interrompeu o fornecimento por conta de uma dívida.
Por meio de uma nota da assessoria de comunicação da empresa, eles garantem que tem feito “todos os esforços para fornecer a maior quantidade possível de oxigênio, independentemente de qualquer débito financeiro”.
O governo do Amazonas, por sua vez, negou que tenha dívida com a White Martins, mas explicou sobre uma dívida remanescente de 2018 que está em negociação. “Havia uma dívida remanescente com a empresa, no valor de R$1,2 milhão, referente ao ano de 2018, e foi feita negociação em novembro do ano passado. A primeira parcela dessa negociação, no valor de R$100 mil, foi paga em dezembro de 2020”, afirmou a nota.
Outro ponto falso que foi analisado foi sobre o governo vetar outras empresas de oxigênio, pelo contrário. A Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas emitiu, na última quinta-feira (14), uma notificação a 17 indústrias do Polo Industrial de Manaus (PIM) requisitando toda a produção de oxigênio ou estoque do produto para usar nos hospitais estaduais.
Por fim, também não procede o boato de que o governador tenha solicitado que a polícia interferisse na venda de oxigênio de outras empresas. Em nota oficial, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas afirmou que o áudio é “mentiroso” e que “não há qualquer orientação nesse sentido.”
Conteúdo de fact-checking do PaiPee.
