Isolamento não faz contaminados respirarem o próprio vírus

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Ao longo desta semana, viralizou nas redes sociais, principalmente em grupos de WhatsApp, que pessoas contaminadas pelo novo coronavírus (Covid-19) isoladas em casa – tida como forma de evitar a propagação do vírus – acaba tendo a carga viral aumentada por “autocontaminação”.

A postagem acompanha uma reportagem sobre a chamada imunidade de rebanho e sugere para quem lê que os contaminados devem evitar/abandonar o distanciamento social, por mais que seja recomendado pelas autoridades de saúde e também pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como forma de se conter a disseminação do vírus.

“É tão óbvio isso. A Itália foi a maior prova de que as pessoas trancadas em casa respiram o próprio vírus, aumentando a carga viral da Covid-19, gerando uma espécie de superdosagem e tornando a gripe chinesa, que era leve, em grave ou fatal”, afirma a legenda.

A informação é falsa. Primeiro por conta da recomendação da OMS desde que a doença se alastrou, pedindo para que as pessoas ficassem em casa e também em uma distância segura de qualquer pessoa que esteja tossindo ou respirando.

De acordo com especialistas entrevistados pela CBN, o alerta não faz nenhum sentido. O infectologista Leonardo Weissmann, que é consultor da Sociedade Brasileira de Infectologista, explicou que não existe a possibilidade de “autoinfecção”.

Em relação a imunidade de rebanho, conhecida por ser um efeito de proteção coletivo quando uma certa porcentagem dos habitantes de um local desenvolve anticorpos contra uma doença, o profissional apontou: a Covid-19 foi descoberta há poucos meses e a pandemia ainda está em curso.

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Conteúdo de fact-checking do Pipeify.