Pesquisa americana não provou que apenas 6% das vítimas de Covid-19 morreram pela doença

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Circula nas redes sociais um vídeo no qual o jornalista Alexandre Garcia afirma que, segundo uma pesquisa norte-americana, apenas 6% das vítimas que tiveram a Covid-19 como causa registrada da morte, teriam, de fato, morrido pela doença. No vídeo, publicado no dia 31 de agosto, Alexandre Garcia afirma que as outras vítimas (94%) apresentavam outras comorbidades, e ainda completou dizendo que elas “já iam morrer”.

“Pesquisa norte-americana mostra que apenas 6% das mortes foram POR coronavírus de fato.” ­– legenda do post que compartilhando o vídeo que circula nas redes sociais. (Fonte: Reprodução)-checking

Essa informação é falsa e equivocada. O dado ao qual Garcia se refere foi publicado pelo Center for Disease Control (CDC), órgão americano para o controle de doenças. De acordo com o levantamento, que analisou um total de 164.280 óbitos registrados por Covid-19 no país, apenas 6% registravam a doença como única causa da morte. Porém, isso não significa que a infecção causada pelo novo coronavírus não tenha influenciado o óbito de pessoas com outras doenças. Todas as outras vítimas possuíam ao menos uma outra causa adicional no registro de óbito, como doenças respiratórias, cardiovasculares, ou outras condições.

O CDC explicou em uma nota que a interpretação de Alexandre Garcia foi incorreta. Segundo a instituição, em 92% e todas as mortes que mencionam a Covid-19, a infecção causada pela doença aparece como a causa básica do óbito, ou seja, a causa de uma cadeia de outros eventos que acabaram levando à morte da pessoa infectada. Alguns exemplos disso são algumas condições agudas que podem ter sido causadas pela contaminação do coronavírus, como pneumonia, insuficiência respiratória ou infecções causadas durante a internação hospitalar.

A mesma interpretação equivocada também foi publicada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No dia 29 de agosto, Trump compartilhou uma postagem de um apoiador que afirmava que apenas 6% das mortes registradas como Covid-19 haviam sido decorrentes da doença e que todas as demais foram causadas por “outras doenças sérias”. O Twitter, site onde Trump compartilhou a informação falsa, excluiu as publicações alegando que elas violavam as regras da rede social.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.