Covid-19: Itália declara estado de emergência após casos voltarem a subir

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O Governo italiano vai impor o uso obrigatório de máscara, inclusive ao ar livre, e estender o estado de emergência até 31 de janeiro de 2021, disse o ministro da Saúde italiano, Roberto Speranza, nesta sexta-feira (16).

O uso obrigatório de máscara e o maior controlo de possíveis aglomerações de pessoas são as medidas que se somam às já previstas na Itália depois que as infecções pelo novo coronavírus dispararam nas últimas semanas no país, atingindo uma média de 2.600 por dia.

O uso obrigatório de márcara em locais aberto e fechados já havia sido obrigatório em regiões como o Lácio, cuja capital é Roma, Campânia, Basilicata e Calábria. No momento, outras medidas, como o encerramento antecipado do comércio e restaurantes, estão sendo estudadas.

O ministro da Saúde italiano declarou ainda, durante uma intervenção na Câmara dos Deputados, que estas medidas serão votadas na quarta-feira através de um decreto do primeiro-ministro, após consulta aos representantes das regiões.

Além disso, os controlos serão aumentados porque, segundo o ministro, “as aglomerações são um risco real que não podemos permitir”. Speranza explicou que “a Itália, juntamente com a Alemanha, está melhor que o resto dos países europeus”, mas advertiu que “não se deve ter ilusões”.

“Seria profundamente errado só porque lidamos com esse número de infecções pensar que estamos fora. Seria um erro, um risco e uma avaliação totalmente privada de fundamento”, esclareceu.

O ministro explicou que esta nova medida é aplicada porque “a Itália está passando por uma fase de progressivo crescimento dos números nas últimas nove semanas”.

Speranza acrescentou que em comparação aos meses de março e abril, quando o vírus atingiu principalmente as regiões do norte e ficou mais circunscrito, agora “nesta segunda onda, a novidade é que o crescimento é generalizado e atinge todos os territórios que haviam sido poupados na fase anterior”.

“Em dois meses houve um grande aumento de casos: hoje são 3.487 internados e temos 323 pessoas em cuidados intensivos. Esses números agora são sustentáveis para o nosso sistema de saúde. É claro que diante dos dias mais difíceis com 4.000 pessoas em cuidados intensivos, a situação é administrável, mas não podemos deixar de ver a tendência, o vírus circula”, destacou.

Speranza explicou que, além disso, na primeira fase a idade média dos casos era de 70 anos e agora é de 41 anos, e mesmo neste caso a tendência não tranquiliza porque em agosto a idade média da infecção era 31 anos.