Os cuidados que o vegetarianismo na infância e na adolescência exigem

33
Os cuidados que o vegetarianismo na infância e na adolescência exigem (Foto: Pixabay)
Os cuidados que o vegetarianismo na infância e na adolescência exigem (Foto: Pixabay)

Cada vez mais ouvimos sobre pessoas se tornando ou querendo se tornar vegetarianas. Uma pesquisa do IBOPE Inteligência, realizada em 102 municípios brasileiros, com homens e mulheres a partir dos 16 anos, mostrou que o interesse muitas vezes surge em adolescentes e crianças. No entanto, esse assunto gera bastante dúvida: será que isso pode ser ruim para a saúde deles?

Antes de iniciar uma dieta vegetariana, a recomendação é buscar ajuda profissional. A SBP reforça a necessidade da orientação de um pediatra nutrólogo e de um nutricionista para auxiliar na composição dietética diária, a fim de prover todos os nutrientes necessários para cada faixa etária pediátrica.

De acordo com Departamento Científico de Nutrologia da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) em seu “Guia Prático de Atualização”, as dietas vegetarianas devem ser monitoradas cuidadosamente pelo pediatra para verificar se atendem às demandas nutricionais principalmente quanto à energia, já que nesta faixa etária há aumento das necessidades de calorias, de cálcio, ferro, zinco e vitaminas.

As dietas vegetarianas devem ser monitoradas cuidadosamente pelo pediatra (Foto: Pixabay)
As dietas vegetarianas devem ser monitoradas cuidadosamente pelo pediatra (Foto: Pixabay)

“Segundo a ADA (Associação Dietética Americana), a AAP (Academia Americana de Pediatria) e a SCP (Sociedade Canadense de Pediatria), uma dieta bem balanceada é capaz de promover crescimento e desenvolvimento adequados a crianças e adolescentes”, considera. Ela destaca, no entanto, que nessa faixa etária se está mais propício a desenvolver deficiências nutricionais e, portanto é importante que esses jovens sejam monitorados e até considerar a suplementação.

O engenheiro de alimentos Mário Roberto Maróstica Jr, chefe de departamento de Alimentos e Nutrição da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) lembra, no entanto, que carne é uma das principais fontes de ferro biodisponível para a dieta humana. “Níveis de ferro podem ser alterados ao se excluir carne do cardápio”, explica. “Além disso, retira-se uma das melhores fontes de proteínas de alto valor nutricional nesta fase de crescimento, ou seja, na qual esse nutriente é bastante exigido”, alerta.

De fato, existem dois tipos de ferro: o heme, encontrado nas carnes e mais biodisponível, e não-heme, mais comum em alimentos de origem vegetal. Mas Mendes lembra que existem formas de melhorar a absorção do segundo tipo. “Adicionalmente, substâncias presentes nos alimentos, como vitamina C, fitatos (encontrados em cereais e grãos) e polifenóis (encontrados em algumas frutas e hortaliças) podem facilitar ou dificultar a absorção intestinal do ferro”, ressalta.