A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) está oficialmente foragida da Justiça brasileira após ter sua condenação de dez anos de prisão confirmada pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso apresentado por sua defesa foi rejeitado de forma unânime, e o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, classificou o pedido como “meramente protelatório”, determinando o trânsito em julgado do processo — ou seja, não há mais possibilidade de apelação e a pena deve ser cumprida imediatamente.
Zambelli foi condenada por falsidade ideológica e invasão de sistema eletrônico, em ação conjunta com o hacker Walter Delgatti Neto. O caso envolveu a inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com provas de que Zambelli acessou um dos arquivos segundos após sua criação. A sentença também prevê a perda de seu mandato parlamentar.
Diante da iminência da prisão, Zambelli deixou o Brasil e atualmente se encontra na Itália. A fuga agravou sua situação: ela foi incluída na lista de difusão vermelha da Interpol, tornando-se procurada internacionalmente. Com isso, suas informações pessoais, como fotos e digitais, estão disponíveis para os sistemas de segurança dos 196 países membros da organização.
A decisão de prisão preventiva foi reforçada por declarações públicas da deputada, nas quais ela teria sinalizado a intenção de continuar com ações contra as instituições democráticas. Moraes afirmou que a saída do país foi uma tentativa clara de burlar a aplicação da lei penal.
A Câmara dos Deputados será notificada e deverá decidir se mantém ou não a prisão, caso Zambelli seja capturada. Atualmente, ela está licenciada do cargo por 120 dias e ainda responde a outro processo no STF, por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, após ter sacado uma pistola durante uma discussão com um militante petista em 2022.