“Vespas-assassinas”, “Mosquitos Tigres” e mais: Conheça os insetos alvo de polêmicos boatos

132

As incertezas e o sentimento de impotência, que chegaram com a pandemia causada pelo novo coronavírus, têm criado o ambiente perfeito para fake news e boatos se espalharem. Os assuntos variam entre curas milagrosas, vacinas, comportamentos de políticos e famosos que estariam furando a quarentena e até teorias, dignas de livros de ficção cientifica, de que o vírus, ou outras pragas, estariam sendo criadas propositalmente em laboratórios chineses.

Recentemente, muitas polêmicas surgiram nas redes sociais a respeito de insetos que seriam altamente perigosos e assassinos. Com manchetes como “GAFANHOTOS QUE ASSUSTAM O MUNDO”, “uma das espécies mais mortais do mundo” e “novo inseto assassino espalha vírus mortal”, essas informações viralizaram rapidamente nas redes sociais e, mesmo que algumas partes sejam verdade, o exagero as torna em grandes boatos alarmistas.

Confira a verdade por trás de alguns dos boatos sobre insetos que viralizaram:

Vespas assassinas: Ao contrário do que muitas pessoas dizem, esses insetos não foram criados em laboratórios na China e nem representam um perigo tão grande para seres humanos.  As vespas-mandarinas, ou vespas gigantes asiáticas, como também são conhecidas, são comuns em áreas da China, Malásia e Rússia, foram encontrados pela primeira vez nos Estados Unidos, no final de 2019, em Washington.

Estima-se que os insetos tenham chegado aos EUA em um container e, a partir daí, se espalharam pela América do Norte. Apesar de serem grandes, com cerca de 5 centímetros, e terem um ferrão poderoso que, diferentemente das abelhas, podem ser usados mais de uma vez. Essas vespas não são tão letais para humanos.

A população que corre maior risco com a chegada desses predadores é a das abelhas, principais responsáveis pela polinização de 80% dos alimentos que consumimos, e é essa a verdadeira razão pela qual esses insetos invasores precisam ser combatidos.

Mosquitos Tigres: Já em Ibiza, na Espanha, que aos poucos volta a abrir após o lockdown (para conter a pandemia causada pelo novo coronavírus), o problema é outro.

A cidade vem registrando a presença de mosquitos tigre asiáticos (uma espécie de primos do aedes aegypti). Acredita-se que os animais tenham aproveitado as piscinas dos hotéis, fechados durante a quarentena, para procriarem e, por isso estão se espalhando rapidamente pela região.

Apesar de serem perigosos e poderem espalhar doenças como a dengue, zika e febre amarela, nós, brasileiros já acostumados com esse tipo de mosquito, sabemos que não existe motivo para pânico e que o uso de repelente e eliminar os focos de água parada, são as melhores medidas para combater o inseto.

As autoridades da Espanha já pedem que os proprietários de piscinas façam a purificação água e as cubram, até que os hotéis voltem a hospedar turistas novamente.

Enxames de gafanhotos: Pode parecer alarmista mas, alguns países da África Oriental estão, de fato,  enfrentando invasões de enxames de gafanhotos que preocupam as autoridades. Apesar de não serem letais para seres humanos, esses animais rapidamente destoem lavouras e deixam ainda mais fragilizada a economia para agricultores que já enfrentam um período difícil devido a pandemia da Covid-19, e também destruindo o que seria alimento para milhões de pessoas.

Países como a Índia, Etiópia, Quênia e Somália já registraram a perda de plantações devido a presença de gafanhotos-do deserto. Geralmente as autoridades pulverizam pesticidas para conter a explosão de gafanhotos como esse, porém, membros da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontam que o fornecimento desses produtos químicos durante a pandemia da Covid-19 é um desafio.

Invasão de besouros na Inglaterra: No mês passado viralizou nas redes sociais o vídeo de uma moradora da região de Yorkshire, no litoral na Inglaterra, que encontrou uma cena incomum enquanto caminhava na praia. A mulher divulgou fotos e vídeos de milhares de besouros que estavam na areia.

Segundo especialistas, a cena incomum, pode ter acontecido devido a, lentamente, esses besouros que são mais comuns em outras regiões da Europa, migrarem para a região de Yorkshire sem que fossem muito percebidos. Ao se tornarem mais ativos nessa época do ano, os insetos acabaram enfrentando a barreira do mar e, mortos, foram levados pela correnteza até a praia onde uma moradora os encontrou.

Esses besouros se alimentam de plantas e, mesmo que não tivessem sido encontrados mortos, não representariam grande ameaça aos moradores da região.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.