É falso que OMS removeu a maconha da lista de drogas ilícitas

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Circula nas redes sociais um post afirmando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teria removido a maconha da categoria de drogas ilícitas. O boato surgiu após a divulgação de um documento da Organização das Nações Unidas (ONU), que faz uma revisão sobre o tema.

“A OMS removeu a maconha da categoria de drogas” – Título de texto publicado no site Medicina News que foi compartilhado nas redes sociais. (Fonte: Reprodução)

Essa informação é falsa. Segundo a OMS, não foi feita nenhuma mudança recente sobre o tema e a cannabis continua a ser considerada uma droga. No site da Organização Mundial da Saúde, a maconha é listada como a droga ilícita mais cultivada, traficada e abusada; sendo responsável por mais da metade de apreensões de drogas do mundo.

A OMS ainda aponta que o abuso da substância pode acarretar diversos problemas de saúde, como o desenvolvimento cognitivo e o desempenho psicomotor. Além disso, o uso também pode levar a lesões nos órgãos do sistema respiratório, como a traqueia e os brônquios, e ainda o risco do desenvolvimento da dependência.

Apesar da classificação da maconha como uma droga, pela Organização Mundial da Saúde, em alguns países, ou estados, o uso recreativo da substância é permitido por lei. Alguns dos locais que autorizam esse uso são a Holanda, o Uruguai, e os estados Califórnia e Colorado, nos Estados Unidos.

Em 2019, o jornal MJBizDaily tornou público um documento de um comitê da OMS que definia as recomendações a respeito da substância. Entre as sugestões, o comitê aconselhava que fosse retirada a cannabis do tratado internacional das Nações Unidas, que visa combater o abuso de drogas. Porém, tais recomendações não foram aprovadas pela OMS e a maconha continua sendo vista como uma droga e seu uso é ilegal na grande maioria dos países.

Mesmo tendo efeitos nocivos, a maconha e seus derivados também possuem propriedades terapêuticas e, devido a isso, em algumas partes do mundo ela pode ser receitada para tratamento de alguns pacientes. Nos Estados Unidos, por exemplo, a droga pode ser receitada como analgésico ou controle de náusea, para pacientes sob quimioterapia. Já no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, (Anvisa) autorizou o uso de derivados da maconha em 2019, porém, o uso da maconha em si continua sendo ilegal.

Conteúdo de fact-checking do Pipeify.