Confira o que é falso e verdadeiro nas principais afirmações de Covas e Boulos no debate da Band em SP

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Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) se enfrentaram em um debate exibido pela Band na noite desta quinta-feira (19), depois de terem passado para o segundo turno das eleições para a prefeitura de São Paulo.  

O atual prefeito da ‘cidade da garoa’ e o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) foram os dois candidatos mais votados no primeiro turno, que levou milhares de eleitores para as urnas no último domingo (15).  

Ao longo do debate, os dois postulantes ao cargo debateram sobre as suas propostas e áreas que a população paulistana precisa de apoio. Confira abaixo os dados e informações falsas, verdadeiras ou exageros das principais falas dos candidatos ao longo do debate: 

Em dado momento, Boulos defendeu que “ainda há mais de 23 mil mães esperando vaga pros seus filhos na creche”, porém, a informação é equivocada. Dados recentes da Secretaria Municipal de Educação apontam que há 6.670 crianças aguardando por uma vaga em uma das creches da cidade. O levantamento de setembro deste ano contradiz o que foi dito pelo candidato do PSOL, que é 244,8% superior ao registrado. 

Em seguida, Covas comentou sobre o mesmo tema, apontando que “ainda temos 6.600 crianças aguardando vaga em creche na cidade de São Paulo”. O número apresentado pelo atual Prefeito de São Paulo se aproxima ao que foi apresentado pela Secretária Municipal no último relatório, divulgado de forma trimestral. 

Ainda sobre creches, Covas defendeu que fez “85 mil novas vagas em creches”. A informação procede, de acordo com a última edição do Relatório do Programa de Metas 2017/2020. Foram criadas 85.500 vagas em creche entre 2017 e 2020. Ainda nesta pauta, Bruno defendeu que foram “mais de 300 mil crianças atendidas pelas creches conveniadas” e a informação é verídica.  

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Segundo dados da prefeitura, em março deste ano haviam 305.652 vagas em 5.371 instituições de educação infantil parceiras da Secretaria Municipal de Educação. Assim, em creches administradas pela entidade, 339.475 crianças estavam matriculadas no ensino público nesta faixa de ensino no mesmo mês. 

Ao longo deste tema, Boulos apontou que Covas “tem como vice o Ricardo Nunes. (…) ele tem investigações no MP, suspeitas de gente do grupo dele recebendo aluguel superfaturado para creches conveniadas” e a informação é verídica.  

Embora o vice do prefeito não responda a processos judiciais, ele é alvo um inquérito idealizado pela promotoria do Patrimônio Público e Social do Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP). O MP investiga indícios de superfaturamento no aluguel de creches conveniadas com a prefeitura. 

Os dois candidatos ainda discorreram sobre a pandemia e a verba utilizada para combater a crise de saúde e econômica que a pandemia causou. “Só hoje, em caixa, mesmo durante a pandemia, existem R$ 19 bilhões”, disse Boulos ao longo do debatefrase procede, já que de acordo com a Secretaria da Fazenda de São Paulo, em setembro, a prefeitura contava com R$ 19,7 bilhões em caixa.  

Ainda em relação a pandemia, Covas defendeu sua eficácia em controlar a pandemia em São Paulo, afirmando que “o último inquérito sorológico mostrou uma prevalência de algo em torno de 14% da população imunizada na cidade de São Paulo”. A informação é verdadeira. Segundo um inquérito sorológico realizado em oito fases para analisar a porcentagem da população que tinha anticorpos contra o covid-19,  13,6% dos paulistanos tiveram contato com o vírus até 24 de setembro. Assim, 1.614.274 pessoas estariam com anticorpos.  

Ao longo do debate, o candidato do PSOL defendeu que “a Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo tem um efetivo menor do que a do Rio de Janeiro, tendo o dobro da população”. A afirmação está correta. São Paulo conta com 6.200 agentes da Guarda Civil Metropolitana, segundo a Secretaria Municipal de Segurança Urbana, enquanto o Rio de Janeiro conta com 7.312 guardas, de acordo com a Secretaria Municipal de Ordem Pública.  

Os dois candidatos ainda comentaram sobre gestões passadas, citando João Dória (PSDB) e Fernando Haddad (PT), que já estiveram à frente da cidade de São Paulo. “Você não recebeu a prefeitura com rombo, o [Fernando] Haddad deixou pra você R$ 5,5 bilhões (…) em caixa”. A informação procede. Ao deixar a prefeitura ainda em 2016, o candidato deixou R$ 5,3 bilhões no caixa, de acordo com o Relatório Anual de Fiscalização de 2016 (folha 213), publicado pelo Tribunal de Contas do Município (TCM).  

Assim, seriam R$ 3,6 bilhões em recursos vinculados e R$ 1,7 bilhão de recursos livres. Descontadas as obrigações fiscais e financeiras, o ex-prefeito João Doria (PSDB) e Bruno Covas iniciaram o ano de 2017 com um total líquido de R$ 3,1 bilhões de recursos disponíveis no caixa do município. 

Conteúdo de fact-checking do PaiPee.