Álcool contaminado causa mais de 25 mortes na Costa Rica

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O número de mortes por álcool contaminado na Costa Rica subiu para 25 desde o início de junho de 2019, afirmou o Ministério da Saúde do país em um comunicado à imprensa nesta quarta-feira (21). O governo fechou dez estabelecimentos em San José e Alajuela e confiscou mais de 55 mil contêineres devido à comercialização de bebidas alcoólicas com metanol, de acordo com o comunicado.

O envenenamento por metanol ocorre tipicamente devido ao consumo de “bebidas espirituosas falsificadas e adulteradas ou produzidas informalmente”, segundo a Organização Mundial da Saúde. Álcool contaminado – também conhecido como álcool ilícito, falsificado ou pirata – é um licor produzido ilegalmente, como o luar, ou misturado com metanol, que é uma forma de álcool que pode causar cegueira permanente ou até mesmo a morte.

O motivo é lucro. Licor feito ilicitamente é tipicamente mais forte e mais barato de fazer do que o álcool de marca produzido em conformidade com os regulamentos. Outra tática usada pelos falsificadores é reabastecer as garrafas de bebidas alcoólicas de marca com álcool falso produzido pela mistura de álcool industrial barato com água e aromas, segundo a SafeProof.org, uma organização cuja missão é conscientizar sobre os perigos do álcool ilícito.

Enquanto a Costa Rica é mais recente país a relatar mortes por álcool contaminado, o problema é generalizado e certamente não é novo. Em 2014, uma comunicado da Organização Mundial de Saúde sobre os surtos de intoxicação por metanol observou: “Houve inúmeros surtos nos últimos anos, inclusive no Camboja, República Tcheca, Equador, Estônia, Índia, Indonésia, Quênia, Líbia, Nicarágua, Noruega, Paquistão, Turquia e Uganda. O tamanho desses surtos variou de 20 a mais de 800 vítimas, com taxas de casos fatais de mais de 30% em alguns casos.”

No ano passado, a Aliança Internacional para a Bebida Responsável (IARD) divulgou um estudo intitulado “Álcool na Economia das Sombras”, que destacou pelo menos 25 nações onde o álcool ilícito representa uma quantidade significativa de vendas totais de álcool.

Confira os números abaixo:

  • No México, o álcool ilícito representa 34% das vendas totais. Uma série investigativa do jornal Milawaukee Journal Sentinal analisou relatos de centenas de viajantes que ficaram doentes ou desmaiaram depois de beber apenas quantidades moderadas de álcool. Em 2017, o Departamento de Estado dos EUA adicionou um aviso sobre o álcool contaminado em sua página de informações do México.
  • Na República Dominicana, o álcool ilícito representa 29% das vendas totais. Pelo menos 10 norte-americanos morreram na República Dominicana no ano passado, possivelmente devido ao consumo excessivo de álcool dos minibares do hotel, segundo a CNN e outros estabelecimentos.
  • No Brasil e no Peru, o álcool ilícito representa 28% e 27% das vendas, respectivamente.
  • Na Costa Rica, o álcool ilícito representa 19% das vendas totais. As 25 mortes estavam entre um total de 59 pessoas que foram hospitalizadas depois de beber álcool contaminado neste verão.
  • Sete países africanos foram citados no estudo da IARD, com a porção de álcool ilícito variando de 23% na África do Sul a 61% em Uganda.Ao visitar um país com alta incidência de álcool ilícito, os viajantes podem reduzir o risco de intoxicação por metanol, evitando os coquetéis feitos com licores e destilados.

    Considere tomar uma bebida de marca conhecida e lacrada para substituir os coquetéis que vem prontos e com procedência desconhecida.